Este blog tem por finalidade promover a discussão, troca de experiências e suporte para os professores de História da Rede Municipal de São Vicente e demais interessados.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TRIBUTOS QUE HISTÓRIA É ESSA?

    O processo de arrecadação e distribuição tributária de um país nos remete a sua formação histórica e cultural. A maneira como o Estado foi estabelecido reflete diretamente na sua organização econômica, jurídica e social. Assim, como exemplo pode-se citar:
  • A maneira exploratória com a qual o Brasil foi colonizado ainda apresenta resquícios na atual organização tributária e orçamentária.
    O programa disponibilizado abaixo narra de forma bem-humorada a criação dos tributos sob a perspectiva histórica. Da pré-história aos dias atuais, o programa faz um resumo da história dos nossos impostos: Lideres de Tribos, Faraós, Reis, Imperadores, Presidentes. Como o dinheiro surgiu? Como eram as tributações? Para o que serviam os impostos? E como chegamos ao conceito de educação fiscal ligada a cidadania e democracia.

    Fica a sugestão de trabalhar o vídeo na íntegra com os alunos de 9º anos ou trabalhar trechos do vídeo com os demais anos, focando as relações sociais e financeiras e seu desenvolvimento ao longo das épocas.
   

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pensando o papel da História e do professor / historiador

A abordagem do professor / historiador


   A sociedade atual encontra-se em profunda crise moral que nos remete a pensar nossos valores e atitudes. Nesse contexto incerto, o papel do professor é fundamental, por isso novos recursos e atitudes didático-pedagógicos necessitam ser pensados. O professor de História pode ascender à sociedade usando o ensino como instrumento de luta e transformação social, levando os alunos a uma consciência crítica que supere o senso comum para que possam não somente ver os acontecimentos, mas enxergá-los de maneira mais crítica e reflexiva.

   A partir da analise de textos historiográficos podemos perceber que o historiador tem o papel fundamental na formação da história enquanto ciência; porque é ele que busca e traz à tona a "realidade ou a verdade histórica"; porém nota-se que tal fato histórico, não se destaca por si próprio, dependendo da ação do historiador para valorizá-lo e organizá-lo.

   Assim fica claro que o professor/historiador é uma peça motriz no motor da história; ele tem o poder de classificar um fato, seja ele grandioso ou pequeno com o mesmo grau de importância o qual colocam em evidência a subjetividade e a parcialidade. Portanto, o historiador, em meio ao processo e evolução os métodos históricos, deve ficar atento ao iniciar sua pesquisa, pois os fatos históricos não mudam, o que sofre mutações é a interpretação; no entanto nós como historiadores devemos analisar, o discurso que está escondido por trás de um fato e a partir deste ponto, trabalhar a sua objetividade buscando resposta em varias fontes, explorando os diversos recursos que podemos utilizar.

   Os professores de História devem reorganizar novas maneiras de se estudar a história e ensinar, fazendo com que o aluno não complete o edifício do conhecimento como algo já pronto, mas sim ensinar-lhes a construir seu próprio edifício. O aluno ou a criança deve ser estimulada a edificar seu próprio ponto de vista, o que não significa ensinar soluções, nem significa dar explicações sobre como e por que se chegou a uma determinada conclusão. Ensinar a construir o próprio ponto de vista, significa colaborar para que o aluno construa conceitos e aplique-os nas situações do cotidiano, significa ensinar a solucionar, relacionar, interpretar as informações sobre o momento estudado para se chegar a um maior nível de entendimento do mundo. Significa por fim, dar-lhes condições para que possam perceber-se o máximo possível como cidadãos detentores de direitos e deveres membros de uma sociedade. É papel social do professor de História munir os alunos de instrumentos para libertação.

(Texto adaptado de “A função do historiador” de Dhiogo José Caetano e “O papel social do professor-historiador” de Thiago Luiz M. de Oliveira).

   Para a abordagem com os alunos, elucidando e desmistificando o papel do historiador e da própria História fica a sugestão do filme “Deu a louca na chapeuzinho”, onde a história é contada em diferentes versões pelos personagens, sendo investigada e averiguada de modo imparcial para que se encontre a veracidade dos fatos.

   Assim, fica a sugestão para o professor / historiador em contextualizar o filme e iniciar seu trabalho alertando seus alunos sobre a importância da disciplina que estão estudando.
 
Trecho do filme citado:

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Avaliação Diagnóstica

I. Avaliação Diagnóstica

Os três tipos de avaliação

Marcelo Akira Inuzuka

Para poder falar sobre avaliação, é importante saber classificá-las. Bloom et. all [2] classifica as avaliações em três tipos:

1. Avaliação Diagnóstica

Geralmente é realizada inicialmente pelo educador para diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área de conhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem. O processo de ensino é um processo de construção de conhecimento e diagnosticar no início é como verificar se “a fundação da casa está boa para se iniciar a construção”, ou seja, se o aluno domina todos os pré-requisitos. Por exemplo, antes de ensinar as operações de multiplicação, é interessante saber se aluno domina bem o processo de soma. Assim, o resultado da avaliação diagnóstica pode apontar uma necessidade de revisão de um assunto que servirá de base para os seguintes, que poderá ser trabalhado individualmente ou coletivamente.

2. Avaliação Formativa

A avaliação formativa é geralmente realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É melhor aproveitada quando o resultado (feedback) é rapidamente fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigir eventuais erros de interpretação do conteúdo ensinado. É um termômetro para o professor e o aluno saberem como o aprendizado está sendo desenvolvido, bem ou mal, permitindo que o aluno se recupere agilmente. Acontece no dia-a-dia da sala de aula, durante as atividades desenvolvidas pelo professor durante o processo ensino-aprendizagem.

3. Avaliação Somativa

Geralmente é realizada no final de um curso e é conhecida como 'prova', ou seja, serve para classificar se o aluno 'passou' ou não. Pela obrigatoriedade dos professores fornecerem 'notas', é a que é mais aplicada no ensino tradicional.

Função da avaliação diagnóstica

A avaliação diagnóstica possui uma importância elevada no processo de ensino-aprendizagem. Luckesi [14] argumenta que a avaliação deve ser diagnóstica, voltada para autocompreensão e participatipação do aluno.

Luckesi defende que a avaliação deva ser um instrumento auxiliar de aprendizagem (mais diagnóstica) e não para aprovação/reprovação de alunos (menos somativa): "...que (a avaliação) ela seja um instrumento auxiliar da aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos... Este é o princípio básico e fundamental para que ela venha a ser diagnóstica. Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estar preocupado com a melhoria de saúde do paciente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estar atentamente preocupada com o crescimento do educando. Caso contrário, nunca será diagnóstica".

Outro aspecto interessante é sobre a idéia de Luckesi da função da avaliação, como instrumento de autocompreensão do professor, aluno e sistema de ensino, permitindo descobrir os desvios:
"No que se refere à proposição da avaliação e suas funções, há que se pensar na avaliação como um instrumento de diagnóstico para o avanço e, para tanto, ele terá as funções de autocompreensão do sistema de ensino, do professor e do aluno... O professor, na medida em que está atento ao andamento dos seus alunos, poderá, através da avaliação da aprendizagem, verificar o quanto o seu trabalho está sendo eficiente, e que desvios está tendo. O aluno, por sua vez, poderá estar permanentemente descobrindo em que nível de aprendizagem se encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e das necessidades de avanço."

Luckesi também acrescenta que para a avaliação funcionar como ferramenta de autocompreensão, deve ter um caráter participativo:
"Para que a avaliação funcione para os alunos como um meio de autocompreensão, importa que tenha, também, o caráter de uma avaliação participativa. Por participativo, aqui, não estamos entendendo o espontaneísmo de certas condutas auto-avaliativas, mas sim a conduta segundo a qual o professor, a partir dos instrumentos adequados de avaliação, discute com os alunos o estado de aprendizagem que atingiram."

Concluindo, Luckesi defende que a avaliação diagnóstica possui elevado valor didático, uma vez que permite uma correção de rumos do sistema de ensino, do professor e do aluno, durante o processo de ensino-aprendizagem por meio da autocompreensão, e que para que esta ocorra, deve ser participativa, através de diálogo adequado com os alunos.

O produto esperado da avaliação diagnóstica é a detecção de problemas, procurando indentificar causas e apontar soluções. Este processo deve ser realizado antes e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, não no final, onde já não há mais tempo hábil para que se apliquem as devidas correções.

Logo, percebe-se que a avaliação diagnóstica ou formativa gera um esforço maior do professor; este precisa conhecer a deficiência específica de cada aluno, de forma individualizada, autocompreensiva e participativa.

É então necessário reavaliar o processo de avaliação, aplicando avaliações diagnósticas em momentos estratégicos, e a partir da detecção de 'doenças' aplicar o 'remédio', mesmo que amargo. Somente assim é que podemos saudavelmente desenvolver um bom nível de educação.

Aplicando avaliações diagnósticas

Como foi dito aplicação de avaliações diagnósticas pode ser tanto no início ou durante um curso e tem várias formas de aplicação. Vamos apresentar alguns casos para que tornemos sua utilização mais clara.
Segundo Tarouco [33], a Avaliação Diagnóstica pode ser utilizada para realizar encaminhamentos ou reforço escolar para que o aluno resolva seus problemas juntamente com especialistas como psicólogos, orientadores educacionais, entre outros:
"...ocorre em dois momentos diferentes: antes e durante o processo de instrução; no primeiro momento, tem por funções: verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que objetivos de um curso já foram dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características, encaminhar alunos a estratégias e programas alternativos de ensino; no segundo momento, buscar a identificação das causas não pedagógicas dos repetidos fracassos de aprendizagem, promovendo, inclusive quando necessário, o encaminhamento do aluno a outros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros)."

Por outro lado, Swearingen [32], explica que a avaliação diagnóstica é utilizada para determinar a necessidade de reestudo:

"Na prática, o propósito da avaliação diagnóstica é para medir, antes do processo de ensino, cada deficiência, competência, fraqueza, conhecimentos e habilidades. Possuindo tais dados, isto permitirá que o professor oriente seus alunos e ajustem o curriculum para suprir cada necessidade individual...

A importância de cada tipo de avaliação

Os tipos de avaliações não são excludentes entre si. Uma avaliação pode ter características diagnósticas, formativas e/ou somativas ao mesmo tempo, servindo para dois objetivos simultaneamente.

Um bom processo de ensino-aprendizagem consiste em um ciclo iterativo em que se diagnostica, forma, classifica e diagnostica novamente. Geralmente, um educador que negligencia um ou outro tipo de avaliação provavelmente não deve colher bons resultados.

Caso o professor não tenha diagnosticado no início, pode cometer o erro de tentar ensinar algo que o aluno não é capaz de aprender, por falta de conhecimentos básicos para construir seu conhecimento.

Texto adaptado por Marina Pereira Reis,http://wiki.sintectus.com/bin/view/EaD/AvaliacaoDiagnostica - acessado em 16/fev/2011.

Outras fontes:




Sugestão de leitura: Cipriano Carlos Luckesi, Avaliação da aprendizagem escolar, Cortez Editora.


II. Estratégias

Sugestão de leitura: Antoni Zabala, A prática educativa – como ensinar, Artmed Editora.
Meus Caros,


Retornamos com as atividades do blog de História, esperando que o ano de 2011 possa ser muito proveitoso e próspero.
Novamente reforço que este espaço é um canal para trocarmos experiências e tratar de assuntos relacionados a História. Sendo assim, fiquem a vontade em contribuir com seus relatos e/ou textos sobre temas afins.
Para iniciar disponibilizo sugestões de estratégias para o desenvolvimento do Plano de Aula.

Estratégias:

- Leitura dirigida (do texto..., do livro...);

- Exercícios orais, escritos, abordando o tema proposto;

- Cruzadinha sobre o tema da aula;

- Caça-palavra sobre o tema da aula;

- Coleta de dados sobre através de pesquisas, entrevistas, leituras, etc.;

- Observação e análise de gravuras, imagens, fotos...;

- Pesquisas de temas dirigidos;

- Questionário sobre o tema da aula;

- Recorte e colagem de exemplos de do assunto abordado;

- Atividades lúdicas abordando o tema proposto;

- Entrevista sobre a temática abordada;

- Confecções de cartazes para elucidar a proposta da aula;

- Trabalhar músicas analisando o contexto proposto;

- Elaboração de síntese;

- Utilização do vídeo “...” para abordar ou para exemplificar o tema;

- Utilização de jogos educativos;

- Realização de atividades individuais e em grupos;

-Leitura e interpretação de textos;

- Leitura e interpretação de mapas.